SOBRE OS POVOS INDÍGENAS DA AMAZÔNIA
Apresentamos uma brevíssima sinopse sobre as etnias indígenas da Amazônia venezuelana que habitam as rotas onde realizamos nossas expedições.
Tem que ter em conta que o facto de percorrer as suas regiões implica um profundo respeito pelo seu habitat, cultura e tradições. Quando visitamos uma comunidade indígena, fazemos o possível para causar o menor impacto possível; no entanto, e é inevitável, essas comunidades indígenas experimentaram uma progressiva aculturação ao longo dos séculos, desde que os europeus começaram a colonizar o "Novo Mundo". Sempre que visitamos comunidades indígenas é porque recebemos autorização de suas lideranças tribais e elas nos aceitam e compartilham seus costumes conosco (cerimônias, rituais, caça, pesca, moradia, alimentação); em vez disso, devemos mostrar respeito, modéstia e consideração.
Siga sempre as instruções dos nossos guias e entenda que a felicidade dessas pessoas está na sua interligação com a natureza, que lhes fornece tudo o que precisam e não na nossa tecnologia invasiva e muitas vezes mal utilizada.
NOTA: Mais sobre nossos povos indígenas da Amazônia venezuelana em postagens futuras através de nosso Blog.
A população indígena do estado do Amazonas representa, aproximadamente, 45% da população total do estado. A cultura etnológica desta entidade federal é a maior da Venezuela, já que conta com 20 tribos diferentes, que se distinguem por suas próprias línguas e costumes. Na Amazônia são faladas línguas indígenas da família arawakó-caribenha
→ YANOMAMI.
Eles representam 26% da população indígena do estado. Eles estão localizados no Alto Orinoco e se estendem por todo o Brasil, seus assentamentos são os "Shabonos", que podem estar localizados em um rio ou nas montanhas, onde estão localizados os conucos (plantações indigenas) que garantem sua alimentação. Entre seus costumes mais interessantes está o de cremar seus mortos, e depois com as cinzas, fazer uma bebida que, segundo seus costumes, lhes daria toda a vitalidade do defunto.
São baixinhas, as mulheres adultas não ultrapassam 1,50 m, andam completamente nuas exceto por uma pequena tanga, entre os adornos faciais mais comuns está a bengala que atravessa o septo nasal da mulher e o corte de cabelo característico da etnia feminina; deve-se notar que, embora a maioria dos grupos étnicos indígenas esteja em extinção, os Yanomami continuam sendo o maior povo indígena da Amazônia.
Durante nossa expedição conheceremos outros importantes grupos étnicos da Amazônia venezuelana:
→ PIAROA.
A etnia Uwotjuja, mais conhecida como Piaroa na Venezuela, e na Colômbia como Dearuwa e Wotuja, pertence linguisticamente à família Saliva e está estabelecida nos estados do Amazonas e Bolívar na Venezuela, na margem direita do médio Orinoco.
→ BANIVAS.
Os Baniva ou Baniwa são um povo indígena que vive na bacia do rio Isana, na fronteira entre Brasil, Venezuela e Colômbia. Eles falam uma língua da família linguística Arawak, intimamente relacionada com a língua Kurripako. Hoje, as poucas centenas de Banivas que permanecem divididas entre Brasil, Colômbia e Venezuela persistem nesta batalha para defender sua terra, sua língua e suas tradições culturais diante das novas ameaças que enfrentam.
→ CURRIPACOS.
Os Kurripako são um povo indígena que vive nas bacias dos rios Isana, Atabapo e Guainía (também chamado de Rio Negro), bem como no baixo Inírida e alto Orinoco. No departamento colombiano de Guainía, entre os rios Guaviare e Orinoco, no departamento de Vichada; no estado venezuelano do Amazonas; e em Ayarí e São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas do Brasil.
→ YE´KUANA.
Os Ye'kuana são um povo indígena e de cultura caribe, ocupando alguns afluentes do Orinoco nos estados do Amazonas e Bolívar na Venezuela, mas também tem um pequeno grupo do lado brasileiro da fronteira. Os Yekuana são encontrados no estado do Amazonas no Brasil e na Venezuela; principalmente no alto rio Caura, Erebato e Nicharé; o Alto Ventuari e os rios Parú e Cuminá. Este território inclui o Parque Nacional Jaua-Sarisariñama. Atualmente, sua população é estimada entre 5.000 e 10.000 habitantes; 7.753 pessoas no censo de 2001 das comunidades indígenas.
→ YERAL (ÑENGATÚ).
Os falantes nativos vivem principalmente na Venezuela, embora sejam originários do Brasil. Eles vivem em pequenos grupos de Piedra de Cucuy a Puerto Ayacucho, no estado do Amazonas, perto da fronteira com a Colômbia e o Brasil.
De acordo com o Atlas dos Povos Indígenas; na Venezuela a maioria tem uma população de 1.294 habitantes. No entanto, deve-se notar que "Yeral" não se refere a um único grupo étnico, mas a grupos que usam o Yeral como língua.
Yeral é da família linguística Tupi-Guarani. Segundo o Ministério da Cultura, não se sabe o número de falantes desta língua na Colômbia; em qualquer caso, presume-se reduzido.
Esta linguagem foi usada pelos jesuítas no início do século XVII. Era uma versão simplificada da língua tupinambá misturada com elementos do português (falado na costa leste do Brasil). Quando os portugueses chegaram à costa brasileira no século XVI, encontraram uma língua amplamente falada: o tupinambá. A língua “brasileira geral” descende desta língua, que atualmente é reconhecida sob o nome de ñengatú.